O EVANGELHO POR EMMANUEL
Comentários às cartas universais e ao
apocalipse (24/09/2023)
A respeito da humildade
Todo dom precioso e toda boa dádiva vêm do alto e descem do Pai das luzes, no qual não há mudança nem sombra de variação (Tiago, 1:17).
Afinal,
que possuímos que não devemos a Deus?
A
própria vida de que dispomos se reveste de tanta grandeza e de tanta
complexidade, que só a loucura ou a ignorância não reconhecem a Divina
Sabedoria em seus fundamentos.
Para a
consideração disso, basta que o homem reflita no usufruto inegável de que se
vale na mobilização dos bens que o felicitam no mundo.
O
corpo que lhe serve de transitória moradia é uma doação dos Poderes Superiores,
por intermédio do santuário genético das criaturas.
Os
familiares se lhe erigem como sendo apoios de empréstimo.
A
inteligência se lhe condiciona a determinados fatores de expressão. O ar que
respira é patrimônio de todos.
As
conquistas da ciência, sobre as quais baseia o progresso, são realizações
corretas, mas provisórias, porquanto se ampliam consideravelmente, de século
para século.
Os
seus elementos de trabalho são alteráveis de tempo a tempo.
A
saúde física é uma dádiva em regime de comodato.
A
fortuna é um depósito a título precário.
A
autoridade é uma delegação de competência, obviamente transferível.
Os
amigos são mutáveis na troca incessante de posições, pela qual são
frequentemente chamados a prestação de serviço, segundo os ditames que os
princípios de aperfeiçoamento ou de evolução lhes indiquem.
Os
próprios adversários, a quem devemos preciosos avisos, são substituídos periodicamente.
Os
mais queridos objetos de uso pessoal passam de mão em mão.
***
Em qualquer plano ou condição de existência, estamos subordinados à lei da renovação. À vista disso, sempre que nos vejamos inclinados a envaidecer-nos por alguma coisa, recordemos que nos achamos inelutavelmente ligados à Vida de Deus que, a benefício de nossa própria vida, ainda hoje tudo pode rearticular, refundir, refazer ou modificar.
(Ceifa de luz. Editora FEB, cap.
17)
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