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terça-feira, 25 de fevereiro de 2020




EM DIA COM O MACHADO 408:
o que somos: kardecistas ou espíritas? (Jó)

Brasília, terça-feira, 25 de fevereiro de 2020.

Segundo meu irmão espírita R., no "meio espírita" existe uma confusão sobre o que seja Espiritismo e Kardecismo, pois este último termo designa os adeptos dos ensinos de Allan Kardec, enquanto o anterior se refere à Doutrina dos Espíritos superiores, cujos adeptos são os espíritas. R. deduz que, nas obras codificadas por Kardec, há posições deste, como também há a dos Espíritos superiores, que "destoam indubitavelmente". Daí, conclui haver, sim, Kardecismo e Espiritismo...
Em seguida, cita o exemplo da questão 540 d'O Livro dos Espíritos (LE), primeira obra espírita publicada por Kardec. Aqui, diz, os Espíritos superiores afirmam que a evolução espiritual ocorre do átomo ao arcanjo, mas Kardec, em seus comentários à questão 613 da obra citada, alega que "a questão da evolução espiritual do homem está nos segredos de Deus".
Permita-me discordar de você, meu caro irmão. Kardec refere-se, nos comentários à questão 613, sobre "o ponto de partida do Espírito" e não à questão de nossa evolução espiritual. Os próprios Espíritos superiores já o haviam esclarecido sobre esse assunto, quando disseram que "[...] no homem, a inteligência passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal" (questão 606-a do LE). E, na questão 607-b, afirmam que "o ponto de partida da primeira encarnação humana" é iniciado, em geral, "em mundos ainda mais inferiores à Terra", embora possa acontecer que o homem, excepcionalmente, "desde o seu início humano, esteja apto a viver na Terra".
Como na questão 608 somos informados de que mal nos lembramos de nossas "primeiras existências humanas", e na questão 610 é dito que o homem é, de fato, "um ser à parte, visto possuir faculdades que o distinguem de todos os outros e ter outro destino", foi ao "ponto de partida do Espírito", esquecido no tempo, como foi dito na questão 609, que Kardec quis referir-se, em nosso modesto entendimento. Em que momento isso ocorre é o que o Codificador diz que está nos desígnios de Deus.
Kardec jamais se enganou em seus comentários ao que os Espíritos superiores nos transmitiram? Isso não se pode afirmar. Não vem ao caso aqui citar os pontos em que ele mesmo reconheceu ter-se enganado. Outros, ele não teve tempo de aprofundar melhor, mas também não vale a pena citar neste espaço quais, para não criar polêmicas totalmente contrárias ao espírito de tolerância recomendado por ele e pelos Espíritos superiores.
Divergências à parte, concordo com o que R. me disse ter sido afirmado pelo tribuno espírita de nossa mais alta estima e consideração, Divaldo Pereira Franco: "Não somos kardecistas, e sim espíritas". Isso, porém, em nada diminui o mérito de Allan Kardec, e muito menos o de outros missionários da revelação dos Espíritos. O que precisamos, antes de mais nada, é ser espíritas cristãos, ou seja, adeptos da Doutrina Espírita à luz da Boa Nova trazida à Terra por aquele que o Espírito Emmanuel denominou "Luz do Mundo", o Cristo de Deus, "Caminho, Verdade e Vida". Esse é o verdadeiro espírita...
                                                                                             

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