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sábado, 1 de fevereiro de 2020




7.5 Missão do homem inteligente na Terra

7.5.1 Ferdinando
Espírito protetor, Bordeaux, 1862

Não se orgulhem do que sabem, porque esse saber tem limites bem estreitos no mundo que vocês habitam.  Ninguém tem o direito de se envaidecer, mesmo supondo que seja uma das sumidades inteligentes desse globo.
Se Deus, nos seus desígnios, os fez nascer num meio onde puderam desenvolver sua inteligência, foi por querer que a usassem em benefício de todos. Porque é uma missão que Ele lhes dá, pondo em suas mãos o instrumento com o qual podem desenvolver, por sua vez, as inteligências retardatárias e conduzi-las a Ele.
A natureza do instrumento não indica o uso que dele se deve fazer? A enxada que o jardineiro põe nas mãos do seu ajudante não indica que ele deve cavar? E que diriam vocês se o trabalhador, em vez de trabalhar, erguesse a enxada para ferir seu senhor? Diriam que isso é horroroso, e que ele deve ser expulso. Pois bem, não se passa o mesmo com aquele que se serve da sua inteligência para destruir a ideia de Deus e da Providência entre seus irmãos? Não ergue contra o seu Senhor a enxada que lhe foi dada para preparar o terreno? Ele terá direito ao salário prometido, ou merece, pelo contrário, ser expulso do jardim? Pois o será, não duvidem, e arrastará existências miseráveis e cheias de humilhação, até que se curve diante d'Aquele a quem tudo deve.
A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas com a condição de ser bem empregada. Se todos os homens bem dotados se servissem dela segundo a vontade de Deus, a tarefa dos Espíritos de fazer progredir a humanidade seria bem mais fácil. Infelizmente, muitos a tornam instrumento de orgulho e de perdição para si mesmos. O homem abusa de sua inteligência, como de todas suas outras faculdades, e, no entanto, não lhe faltam lições que o advirtam de que uma poderosa mão pode retirar o que lhe deu.
* * *
Tradução do Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira

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