EM DIA COM O MACHADO
441:
Para viver seguros em
nossos lares (Jó)
Notícia de reportagem jornalística televisiva
expõe a banalização do crime em nosso país. Um jovem de 23 anos, formado em
educação física, casado, vai à cozinha de sua casa pegar um alimento na
geladeira. Neste momento, é atingido por uma bala no peito e morre.
Se isso acontecesse nos Estados Unidos, ou
noutro país dito civilizado, teria repercussão mundial, mas foi no
Brasil, precisamente, no Rio de Janeiro, onde nasci e residi até a idade de 23
anos, como a do jovem morto.
Quando saí do Rio, há 45 anos, a violência
ali já era alta, mas ainda se podia viver nas suas favelas e ruas com relativa
tranquilidade, sem se tornar refém de traficantes e milicianos. Onde foi que o
Estado errou? Fácil de responder: na política de combate às desigualdades
sociais e no investimento em educação, antes que em repressão ao crime. Não
nessa educação ideológica, que mais estimula do que reprime o desejo de violência,
mas na educação intelecto-moral.
Um jovem morreu. Apenas mais um número
estatístico sobre consequências da guerrilha urbana que assola o país há
décadas. O futuro de cidadão que muito poderia contribuir com a saúde de outros
jovens foi extinto de uma hora para outra. E o que é pior: dentro de sua
própria casa.
Agora, sua esposa chora, como Raquel, no
relato bíblico, chorava a perda de seus
filhos, "sem querer consolação, porque estes não mais existem" (Jr.,
31:15). Atualmente, outra "Raquel" chora, porque seu marido não mais
existe. Essa situação é parte de triste estatística brasileira: a das famílias
inocentes, brutalmente extintas pelo assassínio dos seus membros fora ou dentro
do próprio lar.
Ah! que falta faz a espiritualidade na
formação do ser humano. Não nesta ou naquela igreja, mas na certeza de que
nenhum dos nossos atos deixa de nos trazer consequências, boas ou más,
dependendo do bem ou do mal praticado por nós. Pois a lei de Deus reside em
nossa consciência.
A ignorância da lei de causa e efeito,
por grande parte da humanidade, aliada à falta de políticas voltadas à educação
intelecto-moral e correção das desigualdades sociais respondem pelo que estamos
assistindo ou sofrendo no dia a dia de nossas existências.
Ao longo de milênios, vem sendo constatado
que "violência gera violência". Isso não significa que não devamos
reprimir o crime, muito menos que tomemos o poder pela força, mas que
precisamos educar o criminoso antes deste ser atraído para o crime. O que o
sistema penal tem feito, ao longo dos milênios, é vingar-se do malfeitor, antes
ignorante ou doente do que mau.
Eduquemos, pois, crianças, jovens e adultos à
luz dos conhecimentos atuais da Doutrina Espírita, que não veio substituir
nenhuma religião, mas confirmar as revelações divinas. Somente assim, nossa
sociedade andará nos caminhos da justiça social, da segurança, da paz e da
felicidade, que devem principiar dentro dos nossos lares.
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