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quarta-feira, 16 de junho de 2021

 

Cantinho da cultura filosófico espiritualista

O que percebeu Kardec nas manifestações dos Espíritos

                                                                                             Autor: D. Dinis





                Allan Kardec afirma que o Espiritismo é ciência experimental e de observação. Não é ciência positivista, pelo simples fato de que não se baseia em fenômenos de laboratório ou sujeitos a cálculos matemáticos. Sua realidade patenteia-se a cada um de nós com base na manifestação dos Espíritos, que têm livre-arbítrio, como qualquer pessoa encarnada.

         Daí se deduz que, assim como posso prometer visitar alguém e não aparecer no local da visita prometida, os Espíritos não se sujeitam às reproduções de suas manifestações, como ocorre com os elementos químicos e biológicos. A não ser que assim o queiram e, sobretudo, possam fazê-lo, o que depende das condições apropriadas para sua manifestação mediúnica.

         A diferença básica entre o Espírito (ser desencarnado e tido por morto) e a personalidade física (ser encarnado e tido por vivo) é que o primeiro possui um corpo espiritual (perispírito) e o segundo possui, além desse corpo espiritual, o corpo físico. As aquisições intelectuais e morais que o Espírito possui têm por base, principalmente, seus conhecimentos obtidos enquanto esteve encarnado.

         Conclui-se disso que o Espírito em grau menor de evolução não nos sabe transmitir nada que lhe tenha exigido conhecimentos mais elevados, por não lhe serem esses do seu interesse quando esteve encarnado e mesmo no plano espiritual. Outros há que não vão além do que seja do conhecimento acumulado pela ciência e filosofia terrenas e que era e continua sendo objeto de seus estudos e ocupações. Quanto aos mais adiantados, só nos podem transmitir aquilo que estamos em condição intelectual e moral de saber. Por isso é que Kardec faz a seguinte afirmação:

 

Um dos primeiros resultados que colhi das minhas observações, foi que os Espíritos, nada mais sendo do que as almas dos homens, não possuíam nem a plena sabedoria, nem a ciência integral. Que o saber de que dispunham se circunscrevia ao grau que haviam alcançado, de adiantamento, e que a opinião deles só tinha o valor de uma opinião pessoal. Reconhecida desde o princípio, esta verdade me preservou do grave escolho de crer na infalibilidade dos Espíritos e me impediu de formular teorias prematuras, tendo por base o que fora dito por um ou alguns deles.[1]

 

                Por esse motivo é que o Espírito Verdade, repetindo as palavras que o Cristo lhe transmitiu, aconselha-nos a, em primeiro lugar, nos amar; em seguida, nos instruir. Essas são as duas asas da evolução, que também atribuem a cada um aquilo que fez por merecer.

        

 



[1]Allan Kardec, in Obras póstumas. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2016. Segunda parte, p. 240- 241. A minha iniciação no Espiritismo.

 

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