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segunda-feira, 7 de junho de 2021

 Cantinho da poesia


As sombras

(Jorge Leite de Oliveira)

 

Eu via sombras quando era criança,

Que minha mãe jamais dava importância...

 

Pressenti muitos vultos do meu lado,

Mas eram sombras, traços já traçados...

 

Eu me assustava quando era pequeno,

Mas tu mantinhas-me sempre sereno.

 

Foste tu quem me socorreste... eu via...

Contigo, a vida sempre me sorria.

 

E, para sempre, ela sorrir-me-á,

Pois teu amor jamais me faltará.

 

Agora os vultos já não mais dão saltos

Como os que via nos tempos transatos.

 

Aquelas marcas que pensei ser minhas

Não eram só as sombras vis, daninhas.

 

Vários espectros vinham de pomares,

Havia tramas da terra e dos mares...

 

Também havia, ali, passos sagrados,

Vultos amigos, de tempos passados...

 

Nem toda sombra que pensei ser minha

Era meu vulto e nem vinha sozinha.

 

Uma era Deus, que nunca me deixou,

E as outras, anjos que Ele me enviou.

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