23.2 ABANDONAR PAI, MÃE E FILHOS
Então, Pedro disse-lhe: Quanto a nós, você vê que deixamos tudo e o seguimos. Jesus lhe respondeu: Em verdade lhe digo que ninguém há que tenha deixado pelo Reino de Deus sua casa, ou seu pai, ou sua mãe, ou seus irmãos, ou sua mulher, ou seus filhos, que não receba, já neste mundo, muito mais, e no século que virá, a vida eterna. (Lucas, 18:28-30).
O afastamento não diminui o respeito ou a solicitude que os filhos devem aos pais, nem a ternura destes para com os filhos. Vê-se, assim, que mesmo tomadas literalmente, salvo a palavra odiar, aquelas palavras não seriam a negação do mandamento que prescreve honrar seu pai e sua mãe, nem do sentimento de ternura paterna. Com mais forte razão, se entendidas segundo seu espírito.
Elas objetivavam mostrar, por meio duma hipérbole, quanto é imperioso para a criatura o dever de cuidar da vida futura. Deviam por isso mesmo, ser menos chocantes para um povo e uma época em que, por força das circunstâncias, os laços de família eram menos fortes do que numa civilização moralmente mais adiantada. Esses laços, mais fracos nos povos primitivos, fortalecem-se com o desenvolvimento da sensibilidade e do senso moral.
A própria separação é necessária ao progresso, tanto entre as famílias, quanto entre as raças. Elas se degeneram, se não houver cruzamentos, se não se misturarem entre si. É uma lei da natureza, tanto no interesse do progresso moral quanto no do progresso físico.
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