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domingo, 17 de julho de 2022

 



23.3 Deixar aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos 

Ele disse a outro: Siga-me. E este lhe disse: Senhor, permita-me que vá eu primeiro enterrar meu pai. Jesus respondeu-lhe: Deixe que os mortos enterrem seus mortos, mas vá anunciar o Reino de Deus (Lucas, 9:59-60).

Que podem significar estas palavras: "Deixe que os mortos enterrem seus mortos?" As considerações precedentes mostraram-nos inicialmente que, na circunstância em que foram pronunciadas, não podiam expressar uma censura àquele que considerava um dever de piedade filial ir sepultar o pai. Elas encerram um sentido mais profundo, que só um conhecimento mais completo da vida espiritual podia fazer compreender.

A vida espiritual é, certamente, a verdadeira vida; é a vida normal do espírito. Sua existência terrena é transitória e passageira; é uma espécie de morte, se comparada ao esplendor e à atividade da vida espiritual. O corpo nada mais  é que uma vestimenta grosseira, que envolve temporariamente o espírito, é verdadeira cadeia que o prende à gleba terrena, da qual ele se sente feliz em se libertar. O respeito que temos pelos mortos não se refere à matéria, mas, através da lembrança que lhe conservamos, ao espírito ausente. É semelhante àquele que temos pelos objetos que lhe pertenceram, por ele tocados, e que as pessoas a ele afeiçoadas guardam como relíquias.

Era isso que aquele homem não podia compreender por si mesmo. Jesus lhe  quis dizer: Não se inquiete mais com o corpo, pense antes no espírito. Vá ensinar o Reino de Deus. Vá dizer aos homens que sua pátria não se encontra na Terra, mas no Céu, porque somente lá é que se vive a verdadeira vida.

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