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domingo, 31 de julho de 2022

 


Não foi Jesus quem mandou os cristãos matar

 

Infelizmente, os adeptos da nova doutrina não se entenderam sobre a interpretação das palavras do Mestre, na maioria veladas por alegorias e figuras de linguagem. Daí surgirem, desde o início, as seitas numerosas que pretendiam, todas elas, a posse exclusiva da verdade e que dezoito séculos não conseguiram pôr de acordo. Esqueceram o mais importante dos preceitos divinos, aquele de que Jesus havia feito pedra angular do seu edifício e a condição expressa da salvação: a caridade, a fraternidade e o amor ao próximo, pois essas seitas se anatematizaram reciprocamente, arremeteram-se umas contra as outras, as mais fortes esmagando as mais fracas, afogando-as em sangue, ou nas torturas e nas chamas das fogueiras.         

Os cristãos, vencedores do Paganismo, passaram de perseguidos a perseguidores. Foi com ferro e fogo que plantaram a cruz do cordeiro sem mácula nos dois mundos. É um fato comprovado que as guerras de religião foram mais cruéis e fizeram maior número de vítimas que as guerras políticas, e que em nenhuma outra se cometeram tantos atos de atrocidade e de barbárie.

A culpa seria da doutrina do Cristo? Não, por certo, pois ela condena formalmente toda violência. Disse ele alguma vez a seus discípulos: Vão matar, queimar, massacrar os que não acreditarem como vocês? Não, pois lhes disse o contrário. Todos os homens são irmãos, e Deus é soberanamente misericordioso. Amem seu próximo; amem seus inimigos; façam bem aos que os perseguem. 

E lhes disse ainda: Quem matar com a espada perecerá pela espada. A responsabilidade, portanto, não cabe à doutrina de Jesus, mas àqueles que a interpretaram falsamente, transformando-a num instrumento a serviço de suas paixões. Daqueles que ignoraram estas palavras: Meu Reino não é deste mundo.


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