EM DIA COM O
MACHADO 531:
KARDEC E TEMAS
POLÊMICOS NAS REUNIÕES ESPÍRITAS (Jó)
“Não vos esqueçais de que a tática de
vossos inimigos encarnados e desencarnados é dividir-vos.” — Allan Kardec (In:
Viagem espírita em 1862 e outras viagens)
Salve, leitores!
Começo lembrando a resposta recebida por
Allan Kardec quando, n’O Livro dos Espíritos, na questão 932, indagou:
“Por que, neste mundo, a influência dos maus geralmente sobrepuja a dos bons?”
Em resposta, foi-lhe dito o seguinte: “Por fraqueza dos bons. Os maus são
intrigantes e audaciosos; os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, haverão
de preponderar”.
Cito abaixo a posição de Allan Kardec
sobre o respeito que devemos ter para com as ideias e opiniões alheias e sua
recomendação aos espíritas para não entrarem em disputas ideológicas. Começo
com a informação de que, numa de suas viagens pela Europa, Kardec louva o
comportamento dos espíritas da Sociedade
de Bordeaux com as seguintes palavras:
[...]
tudo se passou como devia ter-se passado, entre gente que tem por divisa: “Fora
da caridade não há salvação”, e que professa a tolerância por todas as opiniões
e todas as convicções. Por isso, nas alocuções de circunstância que foram
pronunciadas, nem uma palavra foi dita que pudesse ferir a mais sombria suscetibilidade;
se os nossos maiores adversários aí se encontrassem, não teriam ouvido uma
palavra, nem uma alusão que lhes dissesse respeito. (In: Viagem Espírita em
1862 e outras viagens de Allan Kardec. Cap. Breve excursão
espírita)
É sempre melhor, para nossa saúde mental, agir
como recomenda Kardec, em nota, aos espíritas: “Em caso de dissidência, aquele
que crer estar com a razão deverá prová-lo, sendo mais caridoso e benevolente.
O erro estará, evidentemente, com aquele que denegrir o outro e atirar-lhe a
pedra.” (Op. cit. Projeto de regulamento para o uso dos grupos e
pequenas sociedades espíritas).
O espírita, em suas reuniões, igualmente,
não deve se envolver em polêmica política, segundo Kardec:
Também
não vos deixeis cair nessa armadilha; afastai cuidadosamente de vossas reuniões
tudo quanto disser respeito à política e às questões irritantes; nesse caso, as
discussões não levarão a nada e apenas suscitarão embaraços, enquanto ninguém
questionará a moral, quando ela for boa (Revista Espírita, fev. 1862).
Isso não significa
nossa alienação mental, demonstrada por posturas chamadas popularmente de
“Maria vai com as outras” ou de “vaquinha de presépio”. A primeira é a dos que
aceitam tudo sem pesquisar se é fake, por acreditarem no que ouvem sem
ideias próprias formadas sobre o assunto; a segunda é a dos que concordam com
tudo o que ouvem, desde que lhes satisfaça à opinião, sem a humildade de
aceitar o que lhes contrarie as ideias prévias, ainda que estejam erradas.
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