9.2.3 Obediência e resignação
Lázaro
Paris, 1863
A doutrina de Jesus
ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras
da doçura, muito ativas, embora os homens as confundam erroneamente com a negação
do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a
resignação é o consentimento do coração. Ambas são forças ativas, porque levam
o fardo das provas que a revolta insensata deixa cair.
O covarde não pode ser
resignado, assim como o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus
foi a encarnação dessas virtudes desprezadas pela antiguidade materialista. Chegou
no momento em que a sociedade romana perecia nas fraquezas da corrupção. Ele veio iluminar o seio da humanidade abatida com os triunfos
do sacrifício e da renúncia carnal.
Cada época é assim
marcada pelo cunho da virtude ou do vício que a devem salvar ou perder. A
virtude de sua geração é a atividade intelectual, seu vício é a indiferença
moral. Digo somente atividade, porque o gênio se eleva de repente e descobre,
por si mesmo, os horizontes que a multidão só verá depois dele, enquanto a
atividade é a reunião dos esforços de todos, para atingir um fim menos
brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época.
Submetam-se ao impulso
que vimos dar aos seus Espíritos. Obedeçam à grande lei do progresso, que é a
palavra da sua geração. Ai do Espírito preguiçoso, daquele que fecha seu
entendimento! Ai dele! porque nós, que somos os guias da Humanidade em marcha,
o chicotearemos, e forçaremos sua vontade rebelde, com a dupla ação do freio e
da espora.
Toda resistência
orgulhosa terá que ceder cedo ou tarde. Mas bem-aventurados os que são mansos,
pois ouvirão docemente os ensinamentos.
Tradução livre, em
terceira pessoa, pelo Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.
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