EM DIA COM O MACHADO 416:
Em tempo de pandemia (Jó)
Allan Kardec explica, no
cap. III, item 5 da sua obra intitulada O Céu e o Inferno, ou a Justiça
Divina Segundo o Espiritismo, que todos nós possuímos a natureza corpórea e a
espiritual. E acrescenta: "O Espírito é o ser principal, racional,
inteligente, o corpo é o envoltório material que reveste o Espírito
temporariamente, para o cumprimento de sua missão na Terra e a execução do
trabalho necessário ao seu adiantamento".
Em seguida, conclui:
"Sem o Espírito, o corpo não passa de matéria inerte, qual instrumento
privado da mola que o faz agir; sem o corpo, o Espírito é tudo: a vida, a
inteligência. Ao deixar o corpo, retorna ao mundo espiritual, de onde havia
saído para reencarnar".
Quando passamos a ter a
convicção disso, nada mais nos abala o estado psicológico. Logicamente, isso
não significa que não tenhamos que ter cuidado com o corpo, mesmo após a
desencarnação de uma pessoa querida. Essa é uma homenagem justa e digna que se
presta a tais pessoas. Mas a melhor homenagem que lhes prestamos é a lembrança
dos bons momentos de nossa convivência, são as nossas orações, sejam estas de
solicitação de auxílio divino para elas, ou de gratidão pelo bem que fizeram
quando encarnadas. Nesse caso, não tenhamos dúvida de que estão muito melhor
agora do que estavam quando no corpo físico.
Devemos refletir, ainda,
que as mais longas existências havidas aqui na Terra não passam de cento e
poucos anos. É por isso que as pessoas idosas adquirem sabedoria, experiência, mas,
se pudessem, trocariam seu velho corpo por outro, jovem, para recomeçar a vida
em melhores condições, pois só o corpo envelhece, a alma está sempre sendo mais
aperfeiçoada, ainda que em corpo senil, quando já vive mais na pátria
espiritual do que na Terra. A reencarnação permite-nos o recomeço da existência
com vistas a evoluirmos sempre, mesmo que não nos lembremos do que fizemos em
vida anterior, o que é uma proteção provisória, pois no mundo espiritual, donde
viemos e para onde retornaremos, poderemos lembrar-nos de nossas passadas existências.
Desse modo, assim como uma roupa velha, que
substituímos por outra nova, o mesmo ocorre com o corpo físico, que precisamos
respeitar e valorizar até o fim, pois, como tudo o mais que é matéria, aqui na
Terra, ele é um empréstimo de Deus para o bom cumprimento da missão e trabalho
citados pelo Codificador do Espiritismo.
Nessa convicção, que só o
estudo, a reflexão e a prática do Espiritismo nos proporciona claramente,
suportaremos resignados e confiantes em Deus quaisquer provas ou expiações que
forem necessárias ao nosso aperfeiçoamento espiritual. Os filósofos e poetas,
intuitivamente, sabem disso.
Concluamos,
com esta quadra:
Hoje é
dia de vida abençoada
Não morremos
jamais, pois não existe
Despedida,
por mais pareça triste,
Que não
seja, no além, nova Alvorada.
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