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domingo, 10 de maio de 2020





10.2 Conciliar-se  com os adversários (para 8 maio 2020)

Concilie-se o mais cedo possível com seu adversário, enquanto está a caminho com ele, para que não suceda que ele o entregue ao juiz, e que o juiz não o entregue ao  ministro da justiça, e você seja mandado para a prisão. Em verdade lhe digo que você não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo (Mateus, 5:25-26).

Há, na prática do perdão, e na prática do bem, em geral, mais do que um efeito moral, há também um efeito material. A morte, como se sabe, não nos livra dos nossos inimigos. Os Espíritos vingativos perseguem, muitas vezes, com seu ódio, além do túmulo, aqueles contra os quais guardam rancor. É por isso que o provérbio que diz: "Morta a besta, morto o veneno" é falso quando se aplica ao homem.
O Espírito mau espera que aquele a quem quer mal esteja preso a seu corpo e, assim, menos livre, para o atormentar mais facilmente, ferir nos seus interesses ou nas suas afeições mais caras. Devemos ver nesse fato a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo daqueles que apresentam certa gravidade, como a subjugação e a possessão.
O obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre, vítimas duma vingança anterior, à qual provavelmente deram motivo por sua conduta. Deus o permite, para os punir do mal que eles mesmo fizeram, ou se não o fizeram, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, deixando de perdoar. Importa, pois, do ponto de vista de sua tranquilidade futura, reparar o mais cedo possível os males que você tenha feito a seu próximo, e perdoar aos inimigos, para assim se extinguirem, antes da morte, todos os motivos de desavença, toda causa fundada de animosidade posterior.
Por esse meio, de um inimigo obstinado neste mundo, pode fazer-se, um amigo no outro, ou pelo menos ficar do lado justo, e Deus não admite que aquele que perdoou sofra qualquer vingança. Quando Jesus recomenda que nos conciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não quer apenas evitar as discórdias na vida presente, mas também evitar que elas se perpetuem nas existências futuras. Você não sairá da prisão, disse Ele, enquanto não pagar o último centavo, ou seja, enquanto não houver satisfeito completamente a Justiça de Deus.

Tradução livre, em terceira pessoa, pelo Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.

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