10.4 O cisco e a trave no
olho (para 22 maio 2020)
Por que você repara no cisco
que está no olho do seu irmão, e não vê a trave no seu olho? Ou como diz a seu
irmão: Deixe-me tirar o cisco do seu olho, você que tem uma trave no seu?
Hipócrita, tire primeiro a trave do seu olho, e então verá como há de tirar o cisco
do olho de seu irmão (Mateus, 7:3-5).
Uma das imperfeições da
humanidade é a de vermos o mal de outrem antes de vermos o mal que está em nós.
Para julgar-se a si mesmo, seria preciso mirar-se num espelho, transportar-se,
de certo modo, para fora de si mesmo, e considerar-se como outra pessoa e se
questionar: Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço? É o orgulho,
incontestavelmente, o que leva o homem a disfarçar, para si, seus próprios
defeitos, tanto morais como físicos.
Essa imperfeição é essencialmente
contrária à caridade, pois a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente.
A caridade orgulhosa é um contrassenso, pois esses dois sentimentos se neutralizam
mutuamente.
Com efeito, um homem
bastante vaidoso para crer na importância de sua personalidade e na supremacia
de suas qualidades, poderia ter ao mesmo tempo bastante abnegação para
ressaltar nos outros o bem que poderia eclipsá-lo, em lugar do mal que o poderia
realçar? Se o orgulho é a o pai de muitos vícios, é também a negação de muitas
virtudes. Nós encontramo-lo no fundo e como causa de quase todas as ações. Foi
por isso que Jesus se empenhou em combatê-lo, como principal obstáculo ao
progresso.
Tradução livre, em terceira
pessoa, pelo Prof. Dr. Jorge Leite de Oliveira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário