EM
DIA COM O MACHADO 467:
figueira
seca (Jó)
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Narra-nos Marcos que Jesus e seus
apóstolos saíam de Betânia, pequena vila nas cercanias de Jerusalém, quando o Senhor
teve fome. Ao avistar a distância uma figueira coberta de folhas, dirigiu-se para
ela, desejoso de colher figos para seu alimento. Ao se aproximar e ver que a
figueira só tinha folhas, amaldiçoou-a com as seguintes palavras:
"— Ninguém jamais coma do teu
fruto"(Marcos, 11:14).
Chegando a Jerusalém, Jesus entrou no
templo e viu que diversos comerciantes de pombos e cambistas ali estavam
exercendo seus negócios. Imediatamente, o Senhor derrubou mesas e cadeiras dos
comerciantes, expulsou-os do templo e disse-lhes:
"— Não está escrito: 'Minha casa
será chamada casa de oração para todos os povos?' Vós, porém, fizestes dela um
covil de ladrões!" (op. cit., 11:17).
Na tarde desse dia, afastaram-se de
Jerusalém e voltaram a passar pela figueira, que agora estava completamente
seca. Observado por Pedro que a árvore amaldiçoada estava morta, Jesus disse
aos discípulos que o acompanhavam o que parafraseio abaixo:
— Se
tiverdes fé em Deus, tudo o que pedirdes vos será concedido (id., 11:22,
24).
Nas coisas mais simples, se temos fé em
Deus, Ele nos atende. Dois exemplos: Há algumas semanas, amigo meu, que gosta
de correr, saiu de casa, acompanhado da esposa, para realizar sua corrida
semanal. Ainda no carro, viram que começara a chover, quando ele brincou com a
esposa, que já tentava dissuadi-lo do exercício:
— Fique tranquila, o sol brilhará
novamente. E, intimamente, rogou a Deus uma pausa da chuva, para que seu
exercício pudesse ocorrer sem prejuízo de sua saúde.
Quando chegaram ao local, já não chovia. A
luz solar voltara suave, e meu amigo fez sua corrida tranquilo e feliz.
Por favor, não riam, leitores amigos.
Antes, leiam até o fim...
Na semana seguinte, o tempo estava bom...
Duas semanas após a primeira, voltaram
a sair de casa, com destino àquele lugar,
no final da tarde. O dia estava frio, e já chovera bastante. Após algum tempo,
o sol voltara, e a esposa do amigo já combinara com este a ida ao local, às
16h. Mas ambos se envolveram em sua atividades diárias e só puderam sair de
casa às 17h, então, com o céu nublado.
O local é espaçoso, com cerca de 12.000
m² murados. Ali existe um centro espírita, aos fundos, e diversas edificações
socioassistenciais à frente. No caminho para lá, começou a cair uma chuva fina.
Preocupada, Maria, sua esposa, disse a meu amigo:
— Veja, já está chovendo. Não vai dar
para você correr.
Ele nada lhe respondeu.
Chegando ao local, desceram do carro, mas
a chuva fina ia e voltava. Preocupada com a saúde do esposo, Maria pediu-lhe
que não corresse. Ele olhou para cima e viu algumas nuvens negras exatamente
onde estavam, embora voltasse o chuvisco. Maria entrara para o primeiro bloco,
onde coordena trabalhos de assistência social, e agora, durante a pandemia do
coronavírus, só vai lá, principalmente, nos fins de semana, quando não há
ninguém ali.
Antes de entrar, a mulher reforçou o
apelo ao marido para não correr no pátio, pois não demoraria a chover
fortemente. Ele olhou para o céu de nuvens escuras, mas lembrou-se das palavras
de Jesus:
"— Se tiverdes fé como um grão de
mostarda, direis a esta montanha: transporta-te
daqui para lá, e ela se transportará. E nada vos será impossível" (Mateus,
17:20).
Após essa recordação, o amigo olhou para
as nuvens negras, que já derramavam seu choro sobre a terra, e propôs aos
Espíritos encarregados dos fenômenos da Natureza:
— Eu preciso dar dez voltas aqui, que é o
mínimo que corro para atingir pouco mais de 6 km. Até lá, por favor, em nome de
Deus, suspendam a chuva forte. Depois disso, podem mandar chuva à vontade. E
começou sua corrida abaixo da garoa que caía suavemente, refrescando seu corpo.
Alguns espaços locais permaneciam secos.
Terminado o exercício, 40 minutos após,
sem que o chuvisco aumentasse, chamou Maria, que já concluíra seu trabalho. Ao
entrarem no carro, ele mentalizou:
— Agora, sim, pode chover fortemente.
Então, atendendo ao seu pedido,
a chuva veio com força.
O leitor e a leitora que têm fé, ao lerem
isto, dirão:
— Foi Deus que atendeu ao pedido de Jó...
O leitor que diz ter fé, mas também tem
muita dúvida, dirá que este sonhador é um pretensioso. O ateu rirá e dirá que
tudo isso não passa de coincidência.
Por minha vez, eu fico com Deus e seu
Filho unigênito, Jesus Cristo, que coloca a fé como conditio sine qua non
para alcançar uma graça, por menor que esta seja.
Apenas uma condição precisa ser atendida:
não ser figueira seca.
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