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terça-feira, 20 de abril de 2021

 

EM DIA COM O MACHADO 467:
figueira seca (Jó)
jojorgeleite@gmail.com

 


Narra-nos Marcos que Jesus e seus apóstolos saíam de Betânia, pequena vila nas cercanias de Jerusalém, quando o Senhor teve fome. Ao avistar a distância uma figueira coberta de folhas, dirigiu-se para ela, desejoso de colher figos para seu alimento. Ao se aproximar e ver que a figueira só tinha folhas, amaldiçoou-a com as seguintes palavras:

"— Ninguém jamais coma do teu fruto"(Marcos, 11:14).

Chegando a Jerusalém, Jesus entrou no templo e viu que diversos comerciantes de pombos e cambistas ali estavam exercendo seus negócios. Imediatamente, o Senhor derrubou mesas e cadeiras dos comerciantes, expulsou-os do templo e disse-lhes:

"— Não está escrito: 'Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos?' Vós, porém, fizestes dela um covil de ladrões!" (op. cit., 11:17).

Na tarde desse dia, afastaram-se de Jerusalém e voltaram a passar pela figueira, que agora estava completamente seca. Observado por Pedro que a árvore amaldiçoada estava morta, Jesus disse aos discípulos que o acompanhavam o que parafraseio abaixo:

Se tiverdes fé em Deus, tudo o que pedirdes vos será concedido (id., 11:22, 24).

Nas coisas mais simples, se temos fé em Deus, Ele nos atende. Dois exemplos: Há algumas semanas, amigo meu, que gosta de correr, saiu de casa, acompanhado da esposa, para realizar sua corrida semanal. Ainda no carro, viram que começara a chover, quando ele brincou com a esposa, que já tentava dissuadi-lo do exercício:

— Fique tranquila, o sol brilhará novamente. E, intimamente, rogou a Deus uma pausa da chuva, para que seu exercício pudesse ocorrer sem prejuízo de sua saúde.

Quando chegaram ao local, já não chovia. A luz solar voltara suave, e meu amigo fez sua corrida tranquilo e feliz.

Por favor, não riam, leitores amigos. Antes, leiam até o fim...

Na semana seguinte, o tempo estava bom...

Duas semanas após a primeira, voltaram a sair de casa, com destino àquele lugar, no final da tarde. O dia estava frio, e já chovera bastante. Após algum tempo, o sol voltara, e a esposa do amigo já combinara com este a ida ao local, às 16h. Mas ambos se envolveram em sua atividades diárias e só puderam sair de casa às 17h, então, com o céu nublado.

O local é espaçoso, com cerca de 12.000 m² murados. Ali existe um centro espírita, aos fundos, e diversas edificações socioassistenciais à frente. No caminho para lá, começou a cair uma chuva fina. Preocupada, Maria, sua esposa, disse a meu amigo:

— Veja, já está chovendo. Não vai dar para você correr.

Ele nada lhe respondeu.

Chegando ao local, desceram do carro, mas a chuva fina ia e voltava. Preocupada com a saúde do esposo, Maria pediu-lhe que não corresse. Ele olhou para cima e viu algumas nuvens negras exatamente onde estavam, embora voltasse o chuvisco. Maria entrara para o primeiro bloco, onde coordena trabalhos de assistência social, e agora, durante a pandemia do coronavírus, só vai lá, principalmente, nos fins de semana, quando não há ninguém ali.

Antes de entrar, a mulher reforçou o apelo ao marido para não correr no pátio, pois não demoraria a chover fortemente. Ele olhou para o céu de nuvens escuras, mas lembrou-se das palavras de Jesus:

"— Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta montanha: transporta-te daqui para lá, e ela se transportará. E nada vos será impossível" (Mateus, 17:20).

Após essa recordação, o amigo olhou para as nuvens negras, que já derramavam seu choro sobre a terra, e propôs aos Espíritos encarregados dos fenômenos da Natureza:

— Eu preciso dar dez voltas aqui, que é o mínimo que corro para atingir pouco mais de 6 km. Até lá, por favor, em nome de Deus, suspendam a chuva forte. Depois disso, podem mandar chuva à vontade. E começou sua corrida abaixo da garoa que caía suavemente, refrescando seu corpo. Alguns espaços locais permaneciam secos.

Terminado o exercício, 40 minutos após, sem que o chuvisco aumentasse, chamou Maria, que já concluíra seu trabalho. Ao entrarem no carro, ele mentalizou:

— Agora, sim, pode chover fortemente. Então, atendendo ao seu pedido, a chuva veio com força.

O leitor e a leitora que têm fé, ao lerem isto, dirão:

— Foi Deus que atendeu ao pedido de Jó...

O leitor que diz ter fé, mas também tem muita dúvida, dirá que este sonhador é um pretensioso. O ateu rirá e dirá que tudo isso não passa de coincidência.

Por minha vez, eu fico com Deus e seu Filho unigênito, Jesus Cristo, que coloca a fé como conditio sine qua non para alcançar uma graça, por menor que esta seja.

Apenas uma condição precisa ser atendida: não ser figueira seca.

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