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sábado, 3 de abril de 2021


Piedade filial – conclusão


    Deus disse: "Honre a seu pai e a sua mãe, para ter uma longa vida sobre a Terra que o Senhor seu Deus lhe dará". Por que, então, promete como recompensa a vida terrena e não a celeste? A explicação se encontra nestas palavras: "que o Senhor seu Deus lhe dará", suprimidas na forma moderna do decálogo, o que lhe desfigura o sentido. Para compreendermos essas palavras, temos de nos reportar à situação e às ideias dos hebreus, na época em que elas foram pronunciadas.
    Eles ainda não compreendiam a vida futura. Sua visão não se estendia além dos limites da vida corporal. Eles deviam então ser mais fortemente tocados pelas coisas que viam, do que pelas invisíveis. Por isso, Deus lhes fala numa linguagem ao seu alcance, e, como às crianças, lhes apresenta como perspectiva aquilo que poderia satisfazê-los. Eles estavam então no deserto. A Terra que Deus lhes dará é a Terra da Promissão, alvo de suas aspirações. Nada mais desejavam, e Deus lhes diz que viverão nela por longo tempo, o que significa que a possuirão  longamente, enquanto observarem os seus mandamentos.
    Mas, no tempo de Jesus, suas ideias estavam mais desenvolvidas. Tendo chegado o momento de lhes ser dado um alimento menos grosseiro, Jesus os inicia na vida espiritual, ao dizer-lhes: "Meu reino não é deste mundo; é lá, e não na Terra, que vocês receberão a recompensa das suas boas obras".
    Com essas palavras, a Terra da Promissão material se transforma numa pátria celeste. Assim também, quando lhes recorda a necessidade de observação do mandamento: "Honre a seu pai e a sua mãe", já não é mais a Terra que lhes promete, mas o Céu (caps. 2 e 3).
    Tradução livre da 3ª ed. francesa pelo prof. dr. Jorge Leite de Oliveira 


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