A
ÚLTIMA AULA Sofre pregado à cruz o Inesquecível Mestre,Lembrando quanto viu na jornada terrestre. Vê-se menino a arguir os sábios da cidade,Mostrando a inteligência a brilhar na humildade. Mentaliza Canaã, onde aumenta a alegriaNa formação de um lar que nunca possuiria. Recorda irmãos na fé, quais Pedro, João, Tiago,E os amigos fiéis às pregações do lago. Passa por privações sem que a dor o esmoreça,Não tem uma só pedra em que apoie a cabeça. Lembra o deserto hostil... Na prece em que se enleva,Ensina paz e fé às legiões da treva.Revê a multidão que o respeita e acompanha,Quando transmite a Terra o Sermão da Montanha. Vê lugar por lugar, nos longes a que ia,Espalhando a bondade, o socorro, a alegria... Mas agora, na cruz, amargurado e pasmo,Escuta palavrões de ironia e sarcasmo... E diz, sentindo o fel que as injúrias lhe trazem:“— Perdoa-lhes, meu Pai!... Não sabemos o que fazem!...” Ele que se entregara à caridade inteira,Faz do perdão mais luz na aula derradeira. É que todo perdão, sem queixa e sem medida,É conquista de Paz nos problemas da Vida. DOLORES, Maria (Espírito). Dádivas
de amor. Psicog. Chico Xavier. 1.
ed. Brasília: FEB: São Paulo, SP: IDEAL, 2022.
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