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domingo, 26 de fevereiro de 2023


 

Pelos inimigos do Espiritismo

 

(50) Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados. Bem-aventurados os que padecem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.
Felizes serão vocês, quando os homens os amaldiçoarem e os perseguirem, e disserem todo o mal contra vocês, falsamente, por minha causa. Alegrem-se, então, porque grande recompensa vocês terão nos céus; pois assim também perseguiram os profetas, que foram antes de vocês. (Mateus, 5: 6, 10 a 12).
Não temam os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temam antes aquele que pode lançar a alma e o corpo no inferno (Mateus, 10:28).
 
(51) Prefácio
 
            De todas as liberdades, a mais inviolável é a de pensar, que compreende também a liberdade de consciência. Lançar o anátema (excomunhão, reprovação dura) contra os que não pensam como nós, é reclamar essa liberdade para nós e recusá-la aos outros, e é violar o primeiro mandamento de Jesus: o da caridade e do amor ao próximo. Perseguir os outros por causas de suas crenças é atentar contra o mais sagrado direito do homem: o de crer no que lhe convém, adorando a Deus como o entenda. Constringi-los à prática de atos exteriores semelhantes aos nossos é mostrar que damos mais valor à forma do que ao conteúdo, mais valor às aparências do que à convicção. A abjuração forçada jamais produziu a fé, ela nada mais pode fazer do que hipócritas. É um abuso da força material, que não prova a verdade. A verdade é segura de si mesma: convence e não persegue, porque não tem necessidade disso.
            O Espiritismo é uma opinião, uma crença; fosse mesmo uma religião, por que não teriam os seus adeptos a liberdade de se dizerem espíritas, como a têm os católicos, os judeus e os protestantes, os partidários desta ou daquela doutrina filosófica, deste ou daquele sistema econômico? Essa crença é falsa ou verdadeira; se é falsa, cairá por si mesma, porque o erro não pode prevalecer contra a verdade, quando a luz se faz nas inteligências; e se é verdadeira, a perseguição não a tornará falsa.
            A perseguição é o batismo de toda ideia nova, grande e justa, e cresce com a grandeza e a importância da ideia. A fúria e a cólera dos seus inimigos são equivalentes ao temor que ela lhes inspira. É por esse motivo que o Cristianismo, na antiguidade, foi perseguido, e o Espiritismo, na atualidade, ainda o é, com a diferença de que o Cristianismo foi perseguido pelos pagãos, e o Espiritismo o é pelos cristãos. O tempo das perseguições sanguinárias já passou, é verdade, mas se hoje não matam o corpo, torturam a alma. Ataca-se até mesmo os seus sentimentos mais profundos, nas suas mais caras afeições. Lança-se a desunião nas famílias, incita-se a mãe contra a filha, a mulher contra o marido. Ataca-se até mesmo o corpo, aumentando suas necessidades materiais, ao tirarem às pessoas o próprio ganha-pão, para reduzi-las à fome (cap. 23, item 9 e segs.).
            Espíritas, não se aflijam com os golpes que lhes desferem, pois são eles a prova de que vocês estão com a verdade. Se assim não fosse,  deixariam vocês em paz, não os agrediriam. Essa é uma prova para a sua fé, pois é pela sua coragem, pela sua resignação, pela sua perseverança, que Deus os reconhece entre os seus fiéis servidores, os quais ele já conta desde hoje, para dar a cada um a parte que lhe cabe, segundo suas obras.
            A exemplo dos primeiros cristãos, orgulhem-se de carregar sua cruz. Creiam na palavra do Cristo, que disse: "Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Não temam os que matam o corpo, mas não podem matar a alma". Ele disse também: "Amem seus inimigos, façam bem aos que lhes fazem mal, e orem pelos que os perseguem". Mostrem que são seus verdadeiros discípulos, e que sua doutrina é boa, fazendo o que ele disse e exemplificou.
            A perseguição logo passará. Esperem, com paciência, o romper da aurora, porque a estrela da manhã já se levanta no horizonte (cap. 24, item 13 e segs.).


(52) Prece
 
            Senhor, você  nos mandou dizer por Jesus, o seu Messias: "Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça; perdoem seus inimigos; orem pelos que os perseguem". E ele mesmo nos deu o exemplo, orando pelos seus algozes.
            Seguindo esse exemplo, meu Deus, apelamos à sua misericórdia em favor dos que desprezam seus divinos preceitos, os únicos que realmente podem assegurar a paz, neste e no outro mundo. Como o Cristo, também nós lhe pedimos: "Perdoe-os, Pai, porque eles não sabem o que fazem!".
            Dê-nos a força de suportar com paciência e resignação, como provas para nossa fé e nossa humildade, as zombarias, as injúrias, as calúnias e perseguições. Afaste-nos de qualquer ideia de represálias, pois a hora da sua justiça soará para todos, e nós a esperamos, submetendo-nos à sua santa vontade.


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