Prece Espírita
Pedindo a correção dum
defeito
(18)[1]
Prefácio
Nossos maus instintos resultam da imperfeição do nosso
próprio espírito, e não da nossa organização física. A não ser assim, o homem
estaria isento de toda espécie de responsabilidade. Nossa melhoria depende de
nós, pois todo homem que desfruta plenamente de suas faculdades tem a liberdade
de fazer ou não fazer qualquer coisa. Para fazer o bem, só lhe falta a vontade (cap.
15, it. 10 e cap. 19, it. 12).
(19) Prece
Você me deu, meu Deus, a inteligência necessária para
distinguir o bem do mal. Assim, ao reconhecer que uma coisa é má, sou culpado
de não me esforçar para resistir à sua tentação. Preserve-me do orgulho, que
poderia me impedir de perceber os meus defeitos, e os dos maus espíritos, que
poderiam me incitar a neles perseverar.
Entre
minhas imperfeições, reconheço que sou particularmente inclinado a..., e se não
resisto ao seu arrastamento, é por causa do hábito que já adquiri de a isso ceder.
Você
não me criou culpado, mas com igual aptidão para o bem e para o mal, porque você
é justo. Se segui o mau caminho, foi por efeito do mau uso do meu livre-arbítrio.
Mas, pela mesma razão que tive a liberdade de fazer o mal, tenho a de fazer o
bem, e portanto a de mudar de caminho.
Meus
defeitos atuais resultam das imperfeições que trouxe de minhas existências anteriores.
São meu pecado original, de que posso livrar-me pela ação de minha vontade, e com
a assistência dos bons espíritos.
Bons
espíritos que me protegem, sobretudo você, meu anjo da guarda, deem-me força para
resistir às más sugestões e de sair vitorioso da luta.
Os
defeitos são a barreira que nos separam de Deus, e cada defeito que supero é um
passo que dou na estrada do progresso para me aproximar dele.
O Senhor, na sua infinita misericórdia, julgou por bem
conceder-me a existência atual, para que servisse ao meu adiantamento. Bons espíritos,
ajudem-me a aproveitá-la, a fim de que ela não se torne perdida para mim. E
quando o Senhor quiser retirá-la de mim, que eu a deixe melhor do que entrei (cap.
5, it. 5 e cap. 17, it. 3).
Tradução livre da 3.ª ed. francesa por Jorge Leite de Oliveira
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