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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023


Prece Espírita

Pedindo a correção dum defeito

 

(18)[1] Prefácio

 

            Nossos maus instintos resultam da imperfeição do nosso próprio espírito, e não da nossa organização física. A não ser assim, o homem estaria isento de toda espécie de responsabilidade. Nossa melhoria depende de nós, pois todo homem que desfruta plenamente de suas faculdades tem a liberdade de fazer ou não fazer qualquer coisa. Para fazer o bem, só lhe falta a vontade (cap. 15, it. 10 e cap. 19, it. 12).

 

(19) Prece

 

            Você me deu, meu Deus, a inteligência necessária para distinguir o bem do mal. Assim, ao reconhecer que uma coisa é má, sou culpado de não me esforçar para resistir à sua tentação. Preserve-me do orgulho, que poderia me impedir de perceber os meus defeitos, e os dos maus espíritos, que poderiam me incitar a neles perseverar.

            Entre minhas imperfeições, reconheço que sou particularmente inclinado a..., e se não resisto ao seu arrastamento, é por causa do hábito que já adquiri de a isso ceder.

            Você não me criou culpado, mas com igual aptidão para o bem e para o mal, porque você é justo. Se segui o mau caminho, foi por efeito do mau uso do meu livre-arbítrio. Mas, pela mesma razão que tive a liberdade de fazer o mal, tenho a de fazer o bem, e portanto a de mudar de caminho.      

            Meus defeitos atuais resultam das imperfeições que trouxe de minhas existências anteriores. São meu pecado original, de que posso livrar-me pela ação de minha vontade, e com a assistência dos bons espíritos.

            Bons espíritos que me protegem, sobretudo você, meu anjo da guarda, deem-me força para resistir às más sugestões e de sair vitorioso da luta.

            Os defeitos são a barreira que nos separam de Deus, e cada defeito que supero é um passo que dou na estrada do progresso para me aproximar dele.

            O Senhor, na sua infinita misericórdia, julgou por bem conceder-me a existência atual, para que servisse ao meu adiantamento. Bons espíritos, ajudem-me a aproveitá-la, a fim de que ela não se torne perdida para mim. E quando o Senhor quiser retirá-la de mim, que eu a deixe melhor do que entrei (cap. 5, it. 5 e cap. 17, it. 3).

            Tradução livre da 3.ª ed. francesa por Jorge Leite de Oliveira



[1] Nota do tradutor: os números entre parênteses correspondem aos da 3.ª ed. francesa.


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